terça-feira, 22 de novembro de 2011

Estudo de aluno do Ceunsp mostra a vida e a ameaça de morte nas margens do rio Tietê



Nelson Lisboa

O impacto de um centro universitário na vida de uma comunidade pode se medir, por exemplo, através do Trabalho de Conclusão de Curso apresentado pelo aluno Fernando Yukio Muto, do curso de Gestão Ambiental, apresentado em 2011.

O trabalho revela toda a exuberância da vida do Rio Tietê após seu último “filtro natural” após a capital paulista, a cascata de Salto. De Salto em diante o rio não tem mais um acidente geográfico tão acentuado e a cascata, juntamente com as pedras do leito, acaba por “filtrar” boa parte da poluição. Fernando apurou que há no rio, mesmo poluído e com uma carga mínima de oxigênio, inúmeras espécies de peixes, como curimba, pintado, lambari e tilápia, além de dezenas de espécies de pássaros e cobras. “Muitos pensam que o rio está morto. Até especialistas dizem isso, porém, o que eu vi e apurei é que o rio tem vida intensa após a cascata. Seria lindo se não fosse tanta poluição”, afirma.

Alerta - O estudo de Fernando, feito sob a orientação de professores do curso do Ceunsp, aponta um alerta para a comunidade: peixes do Rio Tietê, fisgados no trecho de Salto, estão sendo levados vivos para outros criadouros de cidades da região, como Indaiatuba, no Parque Ecológico ou para tanques particulares. “É transferir o problema de um lugar para outro”, alerta Fernando.

Moradores dos bairros 3 Marias e São Pedro e São Paulo, nas duas margens do rio Tietê, confirmaram a Fernando e também à reportagem do site que é comum pessoas de diversas cidades da região virem ao local para pescar. Moradores dizem ser comum pessoas fisgarem os peixes e abrigá-los em tambores com água, para transportá-los para outros locais.

O estudo aponta ainda que peixes fisgados em Salto estão sendo vendidos por vendedores ambulantes de Itu e por feirantes de Campinas. Fernando enviou peixes curimbas para serem analisados em laboratórios e constatou que eles possuem altos níveis de coliformes fecais em seu organismo, além de metais pesados como Prata, Arsênio e Mercúrio. Esses produtos são cumulativos no organismo do peixe e do ser humano e pode causar vários males, inclusive o câncer. “É um sério risco para a Saúde Pública consumir esses peixes”, diz Fernando.

Aplicação – Fernando mora em Indaiatuba, tem 33 anos e hoje atua como gestor operacional de uma empresa que produz adubos orgânicos a partir de insumos recolhidos nas cidades. A empresa, em fase de instalação, ocupará uma extensa área na divisa dos municípios de Elias Fausto e Salto, nas margens da Rodovia do Açúcar, SP-308.

Ceunsp forma Gestores Ambientais qualificados
Bianca Rodrigues
O Ceunsp (Centro Universitário da Nossa Senhora do Patrocinio) oferece aos interessados em Gestão Ambiental a oportunidade de aprofundar-se no conhecimento e formar-se no curso. Com 180 vagas anuais – 100 no período noturno e 80 no matutino --, a mensalidade, hoje, está em R$ 312,00. O curso foi reconhecido com nota máxima pelo MEC e tem a duração de quatro semestres. A procura pelos profissionais formados nesta área tem sido muito grande. Outras informações podem ser encontradas em http://www.ceunsp.br/)

Nelson Lisboa e Bianca Rodrigues são estudantes do curso de
Jornalismo do Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio

Fernando Yukio Muto formou-se
em Gestão Ambiental no Ceunsp
 

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