terça-feira, 24 de maio de 2011

O corpo do poder

Márcio Luiz Fonseca

A professora e coordenadora dos cursos de comunicação do Ceunsp, Maria Paula Piotto, está desenvolvendo um estudo sobre os gestos dos presidentes do Brasil. O propósito da pesquisa é investigar posturas corporais que possam dizer algo do corpo político e foram veiculados pelas mídias.
 Maria Paula, que trabalha como docente no Ceunsp desde 2007, analisa os ex-presidentes João Batista Figueiredo, Tancredo Neves, José Sarney, Fernando Collor de Mello, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e a atual presidenta Dilma Vana Rousseff, na pesquisa que desenvolve em seu doutorado.
            A base dos estudos é a semiótica de Algirdas Julien Greimas e seus colaboradores, com ênfase nos estudos de Eric Landowski. Também a orientadora da pesquisa, professora doutora Ana Claúdia de Oliveira, da PUC-SP, que desenvolve estudos sobre a semiótica sincrética, integra o conjunto de autores utilizado por Maria Paula.
Como exemplo de gestos dos presidentes explorados pela mídia pode-se citar o “V” da vitória do Fernando Collor e a “mão de quatro dedos” em que Lula exibe o petróleo retirado da camada pré-sal. “Uma coisa é a foto oficial – o retrato – e outra é o que o fotojornalista captura. Isso pode ser chamado de flagrante, com muito mais informação”, sintetiza Piotto.

O que é Semiótica?

É a ciência geral dos signos e dos processos significativos (semiose) que estuda todos os fenômenos culturais como se fossem sistemas sígnicos, sistemas de significação. A Semiótica Discursiva é uma teoria e metodologia de análise com rigor científico que procura depreender a significação nos textos – verbais, visuais e sincréticos.
A semiótica propriamente dita teve seu início com filósofos como John Locke. Os principais pensadores da semiótica foram Algirdas Julius Greimas e Charles Sanders Peirce.
Peirce, cientista, matemático, historiador, filósofo e lógico norte-americano, é considerado o fundador da moderna Semiótica. Considerava o signo, seu objeto e sua interpretação como os três sujeitos da semiose. A linguagem seria o signo, a escrita e a fala seriam os objetos, e as várias teorias sobre a linguagem seriam a interpretação.
Greimas estudou Direito e Linguística, encabeçou a pesquisa semiótico-linguística em Paris. Para ele tudo pode ser signo conforme a nossa interpretação, deixando em estado mais abrangente o conceito de signo.

Márcio Luiz Fonseca é estudante do curso de Jornalismo do Ceunsp (Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio)