terça-feira, 1 de novembro de 2011

Roupas inteligentes para um breve futuro


Soraya Fernandes
Marcos Carra

(AECA Ceunsp Ciência) Você acha que uma roupa pode se comunicar? Você usaria um cachecol com todos os comandos de um celular? Segundo a coordenadora do curso de Design de Moda do Ceunsp, Luciane Panisson, com tantos avanços tecnológicos já é possível ter roupas inteligentes, que se comunicam através da comunicação não-verbal.

Os computadores vestíveis são roupas inteligentes que obedecem a comandos através de mecanismos não vistos. Luciane Panisson fez todo um mapeamento no mundo dos projetos desenvolvidos sobre os computadores vestíveis. Então fez uma classificação por área e encontrou projetos destinados à área da saúde, aplicações militares, esportes radicais e entretenimento e, por fim, os voltados à vestimenta, mas com comandos.

“Quando se fala de computador vestível trata-se de um protótipo, e não um produto, pois ainda não é amplamente desenvolvido no mercado”, disse Luciane. Interligados pelos computadores vestíveis, há roupas com tecidos inteligentes, que são quaisquer tecidos que tenham aplicação de tecnologia na fibra têxtil. São desde fibras terapêuticas que vão liberando em sua pele certos aromas, para terapias e tratamentos relaxantes, até tecidos que são feitos com nano tubo de carbono, ou nanotecnologia. Estes, conforme o comando, provocam reações no corpo.

Projetos de computadores vestíveis são feitos por empresas de comunicação e tecnologia. São mais voltados às aplicações militares, devido aos altos investimentos necessários. A sua comunicação é completa e não se percebe a máquina na roupa. Nos EUA, há muitos uniformes militares que já fazem monitoramento da saúde, contam os batimentos cardíacos e envia os resultados para uma base de dados, via wireless.

Os médicos, na base, fazem o monitoramento da saúde do soldado. Já existem projetos de roupas com tecidos com nanotecnologia capazes de fazer um tratamento prévio: se um soldado for baleado, é acionado um comando que leva o tecido a comprimir a região e estancar o sangramento. Também existem luvas que, em cada dedo, tem um comando, para ativar som, registro de imagens e o soldado se comunica com uma base sem que tenha que soltar a mão da arma.

Na área de comunicação, a France Telecom desenvolveu um cachecol multimídia, que tem teclado, tela, recebe dados, faz ligações, tem fone de ouvido e é lavável. É praticamente um telefone celular de se pendurar no pescoço. Há outros tipos de roupas mais simples, que usam baterias com receptor de luz para carregar a bateria, roupas de esportes radicais com GPS. Existem ainda relógios e colares que captam os batimentos do coração e mudam de cor, chamados de joalheria emotiva.

Nos dias atuais, o computador vestível é, para a sociedade, o que um computador era nos anos 60, uma possibilidade tecnológica do que pode vir a ser daqui alguns anos. “Vejo que o computador vestível daqui umas duas décadas vai se inserir no cotidiano, e seu custo deverá ser reduzido”, diz Luciane. “O computador vestível é interativo (não precisa ficar raciocinando por ele), é um projeto que está em fase de desenvolvimento, já foi apresentado, teve resultados, mas ainda não foi difundido no mercado”, finaliza.

Soraya Fernandes e Marcos Carra são estudantes do
Curso de Jornalismo do Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio

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