Soraya
Fernandes
Marcos
Carra
(AECA Ceunsp
Ciência) Você acha que uma roupa pode se comunicar? Você
usaria um cachecol com todos os comandos de um celular? Segundo a
coordenadora do curso de Design de Moda do Ceunsp, Luciane Panisson,
com tantos avanços tecnológicos já é possível ter roupas
inteligentes, que se comunicam através da comunicação não-verbal.
Os computadores
vestíveis são roupas inteligentes que obedecem a comandos através
de mecanismos não vistos. Luciane Panisson fez todo um mapeamento no
mundo dos projetos desenvolvidos sobre os computadores vestíveis.
Então fez uma classificação por área e encontrou projetos
destinados à área da saúde, aplicações militares, esportes
radicais e entretenimento e, por fim, os voltados à vestimenta, mas
com comandos.
“Quando se fala de
computador vestível trata-se de um protótipo, e não um produto,
pois ainda não é amplamente desenvolvido no mercado”, disse
Luciane. Interligados pelos computadores vestíveis, há roupas com
tecidos inteligentes, que são quaisquer tecidos que tenham aplicação
de tecnologia na fibra têxtil. São desde fibras terapêuticas que
vão liberando em sua pele certos aromas, para terapias e tratamentos
relaxantes, até tecidos que são feitos com nano tubo de carbono, ou
nanotecnologia. Estes, conforme o comando, provocam reações no
corpo.
Projetos de
computadores vestíveis são feitos por empresas de comunicação e
tecnologia. São mais voltados às aplicações militares, devido aos
altos investimentos necessários. A sua comunicação é completa e
não se percebe a máquina na roupa. Nos EUA, há muitos uniformes
militares que já fazem monitoramento da saúde, contam os batimentos
cardíacos e envia os resultados para uma base de dados, via
wireless.
Os médicos, na base,
fazem o monitoramento da saúde do soldado. Já existem projetos de
roupas com tecidos com nanotecnologia capazes de fazer um tratamento
prévio: se um soldado for baleado, é acionado um comando que leva o
tecido a comprimir a região e estancar o sangramento. Também
existem luvas que, em cada dedo, tem um comando, para ativar som,
registro de imagens e o soldado se comunica com uma base sem que
tenha que soltar a mão da arma.
Na área de
comunicação, a France Telecom desenvolveu um cachecol multimídia,
que tem teclado, tela, recebe dados, faz ligações, tem fone de
ouvido e é lavável. É praticamente um telefone celular de se
pendurar no pescoço. Há outros tipos de roupas mais simples, que
usam baterias com receptor de luz para carregar a bateria, roupas de
esportes radicais com GPS. Existem ainda relógios e colares que
captam os batimentos do coração e mudam de cor, chamados de
joalheria emotiva.
Nos dias atuais, o
computador vestível é, para a sociedade, o que um computador era
nos anos 60, uma possibilidade tecnológica do que pode vir a ser
daqui alguns anos. “Vejo que o computador vestível daqui umas duas
décadas vai se inserir no cotidiano, e seu custo deverá ser
reduzido”, diz Luciane. “O computador vestível é interativo
(não precisa ficar raciocinando por ele), é um projeto que está em
fase de desenvolvimento, já foi apresentado, teve resultados, mas
ainda não foi difundido no mercado”, finaliza.
Soraya
Fernandes e Marcos Carra são estudantes do
Curso
de Jornalismo do Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio
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