quinta-feira, 10 de maio de 2012

Som e imagem combinam-se para compor a magia do cinema



Jéssica Nascimento
Luís Eduardo Caricatte

(AECA Ceunsp Ciência) Imagens, sons, músicas e movimentos são as ferramentas utilizadas em filmes e analisadas por Filipe Salles, formado em Cinema pela FAAP, mestre e doutor em Comunicação e Semiótica pela PUC/SP. Salles, professor e coordenador nos cursos de Comunicação e Artes do CEUNSP, desenvolveu seu mestrado baseando-se no filme Fantasia (1940) de Walt Disney. Ele realiza um estudo sobre a afinidade entre som e a imagem: “Escolhi esse filme porque eu gosto desde criança. No filme Fantasia foi a primeira vez que encontrei a perfeição entre música e imagem de forma inusitada e bem harmônica”, justifica.

Na sua dissertação o professor mostrou a importância entre a trilha sonora e as imagens de um filme. Segundo Salles, som e imagem trabalham em plena sintonia. “O som faz parte da imagem assim como a imagem faz parte do som”, completa o pesquisador. É difícil encontrar filmes onde não esteja presente nenhum tipo de som ou música, os que existem causam certo “estranhamento”: quem assiste percebe que está faltando algo, mas de imediato não consegue identificar o que. “Todos os filmes de forma geral usam a música, porque ela enfatiza uma ação dramática”, afirma Salles que completa: “É muito mais fácil, por exemplo, criar uma sensação de terror com uma trilha sonora de fundo do que somente a imagem sendo exibida”. Salles ainda esclarece que a música dá uma ênfase muito grande à narrativa por isso é tão comum fazer essa junção.

Hoje há mais facilidade de assimilar e compreender a necessidade que imagem e música têm uma da outra, devido ao avanço tecnológico. E no passado? Como faziam os diretores de filmes que não possuíam estes recursos? O pesquisador esclarece essas dúvidas, citando o filme analisado em seu mestrado: “Fantasia me fascinou, pois foi feito em 1939 sem recursos eletrônicos. Os desenhos foram feitos a mão e a música foi gravada com uma orquestra, sem nenhum tipo de som estéreo, o que resultou num filme com harmonia perfeita”.

Na conclusão do seu mestrado o professor revela que é necessário ter alguns cuidados para conseguir a combinação ideal entre som e imagem: “É bom ter sensibilidade, tem que saber equilibrar na balança a mensagem que você quer repassar ao público, e a sensibilidade cuida disso, é claro que dentro disso você tem que ter repertório e saber relacionar estilos”, finaliza.

Jéssica Nascimento e Luís Eduardo Caricatte são estudantes
do curso de Jornalismo do Centro Universitário Nossa
Senhora do Patrocínio (CEUNSP)

Filipe Salles coordena os cursos de
Cinema e de Fotografia no Ceunsp

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