terça-feira, 19 de abril de 2011

Você almoçou com seu filho hoje?

Anderson Luiz
Jéssica Nascimento

(AECA Ceunsp Ciência) “Família, família/Almoça junto todo dia”. Esses versos da banda Titãs podem ser considerados a  síntese do que é apresentado pelo doutor Geraldo Fiamenghi, professor do curso de psicologia do Ceunsp em Itu, em seu artigo científico Rituais Familiares: Alternativas para a re-união das famílias, publicado na revista Psicologia: Teoria e Prática, da Universidade Mackenzie.
       No artigo, o autor defende que a retomada dos rituais familiares é a única forma de consertar a estrutura familiar atual. “Não são sofisticados, são coisas simples. A família reunida para jantar já pode ser considerado um ritual familiar” disse o  Fiamenghi.
       Estamos vendo o organismo, considerado a base da sociedade, em um processo de decadência que se  iniciou com o conceito de felicidade implantado pela mídia, no qual ser feliz está ligado à satisfação dos próprios desejos, sem levar em conta a vontade do outro. À isso, o pesquisador dá o nome de Civilização Umbilical, onde o “mundo” do indivíduo se resume ao seu umbigo. Conseqüentemente cada membro do conjunto familiar tornou-se individualista demais.
        Porém, todo o discurso consumista imposto pelos meios de comunicação é apenas um dos constituintes do processo de decadência da estrutura familiar. Para o psicólogo, a entrada da mulher no mercado de trabalho também é um agravante, pois com o pai e mãe fora de casa o dia inteiro, a criança se sente sem nenhum vínculo afetivo.
       “É preciso que os pais se lembrem que os filhos precisam deles por muito tempo” disse Fiamenghi. “Algumas mulheres não precisariam trabalhar, mas é melhor que trabalhem mesmo que não seja necessário e que deixem os filhos em algum lugar, pois existem mulheres que não possuem a menor condição de criar uma criança”.

Abusos e violência

       São muitas as discussões que compõem o artigo sobre a re-união das famílias mas um ponto que merece um destaque diz respeito as condições financeiras. Para Fiamenghi a falta de dinheiro não significa que, necessariamente se terá uma má estrutura familiar. O que realmente pode abalar os vínculos de uma família são situações de violência e abuso, e o psicologo alerta: “Abusos não estão diretamente ligados ao estado de miséria, conheço famílias de classe média alta onde os pais abusam dos filhos”.
        O autor vai além em seu artigo. Ele afirma que um fato comum nas reuniões de pais e mestres das escolas de classe média alta é a presença cada vez maior de empregados que, além de participar da vida escolar da criança, acabam tornando-se um dos poucos vínculos afetivos que muitas delas possuem. Mas para o especialista uma criança necessita --principalmente nos primeiros cinco anos de vida-- de um vínculo estável e o vai e vem do mercado de trabalho não permite  que esses laços criados entre os filhos dos patrões e os empregados se estabilizem.
       Hoje é muito comum ouvir duras críticas à postura dos jovens da atual geração mas, para Fiamenghi, essa apatia e esse conformismo com a realidade atual são frutos da educação que os pais --que nas décadas de 60 e 70 eram filhos-- receberam.
     Segundo o texto para reverter essa situação é necessário que os pais passem por um processo de  recuperação da educação, onde possam entender as dificuldades de ser pai. “É essencial a conversa com outros pais para que as pessoas possem compreender o significado de se ter um filho” disse o  professor do Ceunsp.

Hábitos simples

       E então surge a questão de como preservar ou recuperar as relações humanas dentro da família.
       Para o pesquisador os mais simples hábitos que constituem a realidade familiar são a solução do problema: jantar em família, visitas à casa dos avós em finais de semana, confraternizações de Natal e até mesmo situações corriqueiras, como cantar uma canção de ninar ou ler uma história para a criança são formas de se estreitar as relações humanas. Segundo o psicólogo são nesses rituais familiares que os valores essenciais para a formação de um indivíduo são transmitidos. Fiamenghi acredita que os chamados pit-boys são entre outros motivos, resultado da falta de se ensinar a criança a dizer as chamadas “palavras mágicas” como “por favor” e “muito obrigado”.
       A existência desses rituais são de tal importância que até crianças órfãs sentem falta dessa rotina. Mesmo sem uma família elas estão acostumadas à realidade do abrigo onde vivem e desenvolvem seus vínculos sentimentais no convívio com os colegas e com os responsáveis pelo local.
       E isso não muda com uma criança filha de pais separados; as necessidades continuam sendo as mesmas. Com o divórcio, os pais devem se organizar para garantir a estabilidade emocional dos filhos. “O tempo é mais escasso, mas se a criança está acostumada a ir em uma determinada reunião de família isso não deve mudar”, defende o professor.
       Manter pequenos hábitos podem salvar a estrutura de uma família e também ajudar no combate ao stress. Segundo Fiamenghi, se um indivíduo puder contar com a presença dos familiares nos finais de semana para fazer algo divertido,  isso alivia a tensão do dia dia. “Com isso a  pessoa consegue entender que ela não é o única a passar por determinadas dificuldades, mas manter essa rotina deve ser um prazer e nunca uma obrigação”, lembra.
       Para o pesquisador o primeiro passo para a retomada da estrutura familiar são as pessoas voltarem a conversar e garantir vínculos reais para as crianças, que hoje estão acostumadas apenas aos relacionamentos das redes sociais, que não são o suficiente. “Se um bebê não tiver contato físico com outro indivíduo, ele morre”, disse Fiamenghi.

Anderson Luiz  e Jéssica Nascimento são estudantes do curso de Jornalismo do Ceunsp (Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio)

Professor doutor Geraldo Fiamenghi

Professor do Ceunsp lança livro

Gabriel Alves Leite
Débora Nogueira Juliano

(AECA Ceunsp Ciência) Ednilson Zanini, professor e coordenador do curso de Tecnologia em Logística do Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio (Ceunsp) lançou, em formato digital, em março, o livro Logística 360° Desvendando os bastidores da Logística de Eventos e Serviços.
O foco do livro é para Logística não industrial, ou seja, Logística de Serviços e Eventos. Os benefícios do conhecimento e das aplicações logística são observados em todos os setores de serviços, eventos, transportes, entre outros.
O objetivo é despertar no leitor o pensamento e a visão estratégica frente aos desafios da logística de serviços. Desenvolvendo assim uma visão mais ampla e preparando profissionais para as mais diversas áreas que envolvem a logística no mundo, através de fatos e situações reais.
“O que distingue a logística de eventos da logística empresarial é que a logística de eventos não é um processo contínuo, mas sim um projeto a ser desenvolvido e adequado para cada caso”, afirma Zanini.
O professor explica que “a logística é uma atividade meio, que auxilia, permite e proporciona condições para realização da atividade fim, seja ela industrial, serviços ou eventos.  É a área de Planejamento Estratégico, Operacional e Tático. Portanto a disciplina e o conhecimento de logística torna-se fundamental para alunos de todos os cursos”, conclui.
A partir do momento em que mais pessoas passam a entender melhor a logística, mais e melhores planejamentos são efetuados em todos os setores e consequentemente melhores condições são desenvolvidas. O impacto final é a melhoria geral dos níveis de serviços de todas as áreas e setores.
O leitor poderá comprar o livro, via internet, em www.biblioteca24horas.com.

Quem é o autor

Na função de docente, ministra aulas em cursos de graduação em Administração de Empresas, Relações Internacionais e Logística. Ednilson Zanini possui experiência de 25 anos em Gestão Sistêmica de Negócios, em empresas multinacionais. Atua como Consultor de negócios estratégicos para implantação de software de gestão empresarial integrada (ERP) e como coach empresarial.

Gabriel Alves Leite e Débora Nogueira Juliano são estudantes do Curso de Jornalismo
do Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio (Ceunsp)

                                                   Ednilson Zanini durante aula no Ceunsp